Tem gente que pensa inho
Tem gente que pensa ÃO.
Inho é motoserra.
Ao é preservação .
Inho é invasão .
Ão é a ajuda humanitária.
Inho é ter inveja.
Ão é ser do bem.
Inho é estresse.
Ao é feriadão.
Inho é o tédio.
Ao é a adrenalina.
Inho é imitar.
Ão é criação.
Inho é modismo.
Ão é ter estilo.
Inho é o reclamão .
Ão é o otimista.
Inho é subornar.
Ão é ser cidadão.
Inho é fugir da raia.
Ão é encarar discussão.
Texto retirado da propaganda do Jornal Estadão.(Março de 2006.)
"...só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo..."
sábado, 27 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O elogio ao ócio
Por Eugenio Mussak
O título deste artigo é o mesmo de um livro de Bertrand Russel. Pode parecer estranho que um homem tão estudioso e produtivo como o filósofo inglês, que nos deixou uma análise primorosa de toda a civilização ocidental, se detenha a elogiar o ócio. Mas foi o que ele fez, acredite. Ele esclarece que as pessoas sempre buscaram vivenciar o ócio, não só por conforto, mas porque graças a ele, podiam dedicar-se às artes, à filosofia, à literatura e às invenções. Em outras palavras, a humanidade evoluiu em grande parte graças à tendência humana de dedicar-se à contemplação e não ao trabalho duro.Entretanto, durante muito tempo, o ócio só foi possível para alguns privilegiados, graças ao trabalho braçal de uma grande massa de trabalhadores sem direitos. Na Grécia de Platão e Aristóteles havia mais escravos que cidadãos. Na Europa feudal os nobres e o clero eram sustentados por milhões de plebeus que entregavam a estes a principal parte de sua produção. Em plena Revolução Industrial, que pertence à História relativamente recente, os operários mal ganhavam para comprar comida, enquanto os donos do capital enriqueciam.Felizmente a roda da vida não pára e hoje, graças à tecnologia e a racionalização do uso do tempo, todos ganhamos a oportunidade dedicar boa parte de nossa vida ao ócio. Entretanto, vale lembrar que praticar o ócio não significa deitar na rede e ficar olhando a grama crescer. Ócio é o tempo fora do trabalho, dedicado ao prazer, sendo que este pode ser tremendamente produtivo, quando é encontrado na literatura, na música, no esporte, na gastronomia, na meditação, nas relações humanas que agregam valor.E mais: quando retiramos prazer real do trabalho que realizamos, podemos dizer que dedicamos nossa vida inteira ao ócio. O sociólogo Italiano Domenico de Masi ganhou fama mundial defendendo o Ócio Criativo, que vem a ser o encontro do trabalho com o aprendizado e o prazer. Segundo ele, essa será a tendência das pessoas inteligentes e das sociedades evoluídas. Antes, tínhamos um lugar para trabalhar, chamado emprego, outro para aprender, chamado escola, e ainda outro para a diversão, que podia ser o bar, ou a praia. Hoje buscamos viver em um ambiente em que essas três necessidades do homem moderno são atendidas ao mesmo tempo. Bem vindo ao futuro!A preocupação com a aparência, os cuidados com a saúde, o gosto pela moda, o interesse pela arte são manifestações modernas do ócio que dignificam as pessoas que se encontram em estágios de evolução compatíveis com o terceiro milênio. Com a vantagem que hoje podemos produzir o suficiente para nos permitir praticar o ócio como nos parece melhor, sem culpa nem remorso. Aliás, se culpa houver, que seja a de não se aproveitar o que de melhor a vida oferece, como as belezas das artes, a alegria das amizades, a excitação dos esportes, as maravilhas do amor. Digo, sem medo de ser considerado irresponsável: viva o ócio produtivo, sem o qual, a vida não só é chata, é, também, pequena. Além de ser curta demais!
Texto publicado sob licença da revista BobStore.Todos os direitos reservados.
Por Eugenio Mussak
O título deste artigo é o mesmo de um livro de Bertrand Russel. Pode parecer estranho que um homem tão estudioso e produtivo como o filósofo inglês, que nos deixou uma análise primorosa de toda a civilização ocidental, se detenha a elogiar o ócio. Mas foi o que ele fez, acredite. Ele esclarece que as pessoas sempre buscaram vivenciar o ócio, não só por conforto, mas porque graças a ele, podiam dedicar-se às artes, à filosofia, à literatura e às invenções. Em outras palavras, a humanidade evoluiu em grande parte graças à tendência humana de dedicar-se à contemplação e não ao trabalho duro.Entretanto, durante muito tempo, o ócio só foi possível para alguns privilegiados, graças ao trabalho braçal de uma grande massa de trabalhadores sem direitos. Na Grécia de Platão e Aristóteles havia mais escravos que cidadãos. Na Europa feudal os nobres e o clero eram sustentados por milhões de plebeus que entregavam a estes a principal parte de sua produção. Em plena Revolução Industrial, que pertence à História relativamente recente, os operários mal ganhavam para comprar comida, enquanto os donos do capital enriqueciam.Felizmente a roda da vida não pára e hoje, graças à tecnologia e a racionalização do uso do tempo, todos ganhamos a oportunidade dedicar boa parte de nossa vida ao ócio. Entretanto, vale lembrar que praticar o ócio não significa deitar na rede e ficar olhando a grama crescer. Ócio é o tempo fora do trabalho, dedicado ao prazer, sendo que este pode ser tremendamente produtivo, quando é encontrado na literatura, na música, no esporte, na gastronomia, na meditação, nas relações humanas que agregam valor.E mais: quando retiramos prazer real do trabalho que realizamos, podemos dizer que dedicamos nossa vida inteira ao ócio. O sociólogo Italiano Domenico de Masi ganhou fama mundial defendendo o Ócio Criativo, que vem a ser o encontro do trabalho com o aprendizado e o prazer. Segundo ele, essa será a tendência das pessoas inteligentes e das sociedades evoluídas. Antes, tínhamos um lugar para trabalhar, chamado emprego, outro para aprender, chamado escola, e ainda outro para a diversão, que podia ser o bar, ou a praia. Hoje buscamos viver em um ambiente em que essas três necessidades do homem moderno são atendidas ao mesmo tempo. Bem vindo ao futuro!A preocupação com a aparência, os cuidados com a saúde, o gosto pela moda, o interesse pela arte são manifestações modernas do ócio que dignificam as pessoas que se encontram em estágios de evolução compatíveis com o terceiro milênio. Com a vantagem que hoje podemos produzir o suficiente para nos permitir praticar o ócio como nos parece melhor, sem culpa nem remorso. Aliás, se culpa houver, que seja a de não se aproveitar o que de melhor a vida oferece, como as belezas das artes, a alegria das amizades, a excitação dos esportes, as maravilhas do amor. Digo, sem medo de ser considerado irresponsável: viva o ócio produtivo, sem o qual, a vida não só é chata, é, também, pequena. Além de ser curta demais!
Texto publicado sob licença da revista BobStore.Todos os direitos reservados.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Refletindo sobre o ser diferente e a inclusão.
Tudo o que foge ao convencional provoca estranheza
Basta fugir do padrão da normalidade para logo desconfiarmos de tal
Que necessidade temos de um lugar comum!
De pertencermos a um grupo “normal “, etc e tal!
O diferente incomoda , mexe com a ordem estabelecida
O disforme fere a visão
Provoca náusea , mexe com OS SENTIDOS
E mesmo usando todos os sentidos , não conseguimos perceber o “conteúdo “ desta grotesca “embalagem”
Então só vemos tudo o que não queremos : a imperfeição
Fomos “treinados” para vencer , ter sucesso , perseguir a perfeição
Lógico , obedecendo a padrões sociais
Não fomos preparados para lidar com frustrações , com variações
Diante do bizarro , temos todo tipo de reação:
Pena , dó, repulsa , medo, resistência e reticências...
Procuramos nos defender criando barreiras mil
É preciso ter olhos de artista , de especialista que procura o belo no inusitado
Ser como um apicultor que não se deixa enganar pela estranheza da colméia tirando dela o doce mel
Vislumbrar num casulo a borboleta iminente
Ver para além da ameaça, a graça de um ser singular
Baixar a guarda , abrir o peito e aceitar o outro com certeza irá ajudar
Só isso não vai bastar
Será necessário estudar e a própria cartografia traçar
Para rumo a viagem ao desconhecido
Há de ter que se equipar
Para nesta aventura se lançar
E boa viagem realizar
Produzido em 25/04/2002.
Ivone T. Cunha.
Tudo o que foge ao convencional provoca estranheza
Basta fugir do padrão da normalidade para logo desconfiarmos de tal
Que necessidade temos de um lugar comum!
De pertencermos a um grupo “normal “, etc e tal!
O diferente incomoda , mexe com a ordem estabelecida
O disforme fere a visão
Provoca náusea , mexe com OS SENTIDOS
E mesmo usando todos os sentidos , não conseguimos perceber o “conteúdo “ desta grotesca “embalagem”
Então só vemos tudo o que não queremos : a imperfeição
Fomos “treinados” para vencer , ter sucesso , perseguir a perfeição
Lógico , obedecendo a padrões sociais
Não fomos preparados para lidar com frustrações , com variações
Diante do bizarro , temos todo tipo de reação:
Pena , dó, repulsa , medo, resistência e reticências...
Procuramos nos defender criando barreiras mil
É preciso ter olhos de artista , de especialista que procura o belo no inusitado
Ser como um apicultor que não se deixa enganar pela estranheza da colméia tirando dela o doce mel
Vislumbrar num casulo a borboleta iminente
Ver para além da ameaça, a graça de um ser singular
Baixar a guarda , abrir o peito e aceitar o outro com certeza irá ajudar
Só isso não vai bastar
Será necessário estudar e a própria cartografia traçar
Para rumo a viagem ao desconhecido
Há de ter que se equipar
Para nesta aventura se lançar
E boa viagem realizar
Produzido em 25/04/2002.
Ivone T. Cunha.
sábado, 6 de junho de 2009
Chove choro
A chuva cai lá fora
Daqui do meu quarto ouço o tilintar dos pingos
Aqui dentro do meu peito meu coração inveja a chuva
E desagua o seu tilintar de lágrimas
É a chuva que cai
É o choro que sai
Choro que como esta chuva de janeiro
insiste em não cessar
Não sei porque choro
Só sei porque chove
E o tempo vai passando
Tilintar daqui , tilintar de lá
Chove aqui e chove lá.
A chuva cai lá fora
Daqui do meu quarto ouço o tilintar dos pingos
Aqui dentro do meu peito meu coração inveja a chuva
E desagua o seu tilintar de lágrimas
É a chuva que cai
É o choro que sai
Choro que como esta chuva de janeiro
insiste em não cessar
Não sei porque choro
Só sei porque chove
E o tempo vai passando
Tilintar daqui , tilintar de lá
Chove aqui e chove lá.
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