"...só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo..."

domingo, 30 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas: O Filme de 2010. Uma Crítica Psicológica Feminista.


Recebi esta análise e repasso.Gostei muito do filme de Tim Burton e também dessa análise.Vale a pena ler.E no mais.... ACORDA ALICE !
BOAS LONJURAS!!!!
Bjs,
Ivone
Alice no País das Maravilhas: O Filme de 2010. Uma Crítica Psicológica Feminista.
Adriana Tanese Nogueira
Parabéns ao diretor do filme, Tim Burton. A nova Alice no País das Maravilhas tem tudo o que precisamos para dar o salto para o próximo nível psicológico da libertação da mulher. Com apurados efeitos visuais e as mudanças apropriadas à história original, esta sumariza a jornada da heroína rumo à terra das maravilhas. Este filme lembrou-me de Yentl
, um filme dos anos 80, com Barbara Streisand como principal protagonista representando uma moça judia que disfarçou-se de homem para poder seguir seu amor pelo conhecimento. Desta vez, quase trinta anos depois, o que queremos são maravilhas. Queremos frescor, supresa e encantamento. Não estamos mais satisfeitas com o velho conhecimento de sempre, que, a propósito, é feito pelos graves e rígidos estudiosos homens. Este não é o caminho feminino. Aquilo foi seu começo, a prehistória da libertação das mulheres. Para poder avançar, as mulheres agora devem libertar-se das correntes internas que as seguram, e entrar no país das maravilhas.
Vamos analisar o filme para compreender o padrão da jornada interior das mulheres. Para começar, Alice tem um pai visionário. Como escrevi recentemente (Anima e Animus. Nossos país dentro de nós ), a figura paterna representa o mundo das idéias para a garota. Tendo uma mente inventiva, o pai de Alice endossa os estranhos sonhos da filha. “As pessoas loucas são sempre as melhores”, ele acrescenta. E isto é verdade, pois as novas idéias frequentemente parecem loucuras, mas sem elas estaríamos todos ainda na Idade da Pedra Lascada. Agora, saber disso na forma de uma afirmação geral é uma coisa; outra totalmente diferente é viver esta realidade numa vida de pessoa normal. Qualquer pessoa diferente de seu ambiente sabe o quanto é difícil confiar em si e manter firme a própria visão das coisas. Assim Alice.Não é suficiente sentir-se diferente do modelo social de um determinado momento histórico. Quando uma mulher deixa a infância e entra no mundo adulto onde ela tem que tomar decisões e definir sua vida, ter tido uma criação propícia lhe dá o forte sentimento de desconforto no assim chamado mundo “apropiado” - que é o jeito tradicional e embolorado de ser que vai adiante por inércia. Chega a hora em que uma garota precisa falar por si mesma e defender quem é.Vamos dizer a verdade. Este é o momento de encarar o próprio mundo interior, não sonhos e fantasias, mas o real, verdadeiro e poderoso mundo interior, que clama sua existência e sua própria lógica. Sem fazer isso, a única escolha que uma mulher tem é o de encaixar-se em papeis pré-estabelecidos e desistir de sua unicidade.
Alice, que é esquisita o suficiente para seguir o coelho/sua imaginação, começa sua jornada. O processo consiste em dois aspectos interconexos: a descoberta de quem é e o tornar-se corajosa. Quem ela é significa o que ela sempre foi mas perdeu ou esqueceu por causa da ocorrência de crescer num ambiente social onde é dito às crianças como devem pensar, comportar-se e sentir. Na educação tradicional (seja na família que na escola), desenvolvimento coincide com ser formatados em moldes pré-determinados dando pouca atenção ao que a criança é dentro de si mesma. Os papeis sociais são lentos assassinos a sangue frios.O filme mostra a dúvida a respeito de Alice: é ela a verdadeira Alice ou somente uma impostora? Este é a idéia principal como é nossa questão central na vida: somos reais? Ou só palhaços fingindo ser aquilo que exibimos a todos? Somos verdadeiros e confiáveis? Vamos conseguir?
Para ajudar Alice a encontrar a si mesma, a história desdobra-se entre medo e compaixão. Mais e mais, Alice vai se dando conta que depende dela a salvação de seus queridos, primeiro de todos o Chapeleiro Louco - a representação das idéias malucas que ela andou chocando por toda sua vida. O Chapeleiro Louco é seu Animus, que pôde existir tão colorido e imprevisível graças ao apoio do pai de Alice. E Alice precisa salvá-lo.Isto lembra-me um sonho que eu tive nos meus primeiros anos de análise pessoal. Tinha cerca de 18 anos na época. O sonho começa comigo conversando com um rapaz perto de um carro. Depois o sigo para dentro de um edifício. Encontro-me num apartamento em andar alto, onde vive uma família normal, comum. Descubro que há um homem louco trancado no banheiro. Ele tem sido mantido lá há muito tempo. O banheiro é o lugar onde nos limpamos e descarregmos as partes de nós não quistas. Liberto o homem. Ele vai a uma janela próxima que está aberta. Ficamos lá e eu olho para ele. Ele fixa a distância, daí pega um telescópio e olha além do mar, muito além. Esta era sua loucura: ele podia ver além das interpretações e compreensões da vida superficiais. Sua vista é profunda e não convencional. Como sabemos, esta visão é altamente desconfortável para aqueles que preferem “manter quieto”, e temem perguntas. Salvar o Chapeleiro Louco significa, para Alice, comprometer-se consigo mesma e com a tarefa que ela tem adiante: soltar sua vida de qualquer pensamento julgador. E aqui entra a diferença entre a Rainha Vermelha e a Branca. A primeira é o aspecto negativo do arquétipo da mãe, a mulher patriarcal que inflacionou sua cabeça com idéias repetitivas. Ela impõe dogmas, crenças não-questionáveis a suas crianças e a todos que estiverem à sua volta. O resultado é gente falsa e covarde. Por causa dela, o Chapeleiro é Louco e todo Animus Criativo vive trancado nos banheiros das casas das famílias respeitáveis. A Rainha Vermelha representa a consciência coletiva, com inteligência tão encolhida quanto inchados são seus pensamentos manipuladores. Ela também mostra belamente a ambiguidade do amor. Em nome do amor, escorreu sangue nas guerras e lágrimas no desespero. A Rainha Branca, do outro lado, é simplesmente a Bruxa que desafia a histórica idéia patriarcal sobre bruxas vestidas de preto e sendo más. Ela é o Feminino não submetido à lógica patriarcal. Foi posta de lado, não destruída, mas vive num mundo separado. É aqui que Alice encontra seu tamanho certo - nem muito reduzida, nem muito inflacionada -, e suporte. Aqui é a terra que dá raízes à Nova Mulher.Chegar à Rainha Branca não é suficiente. Falta lutar contra o monstro. Esta é uma luta real que toda mulher tem que assumir se quiser seguir sua alma. Enquanto ato real no mundo, este requer coragem. Para vencer o monstro Alice precisa da espada. Espadas são o símbolo do pensamento discriminador, uma das coisas mais preciosas que há. Sem ele, a coragem é vaidade e cegueira. Uma garota pode instintivamente rejeitar uma situação como perigosa para sua personalidade. Entretanto, uma mulher deve ir além disso, ela precisa saber porque ela não gosta a fim de poder tomar as decisões apropriadas. Esta é a espada ao trabalho: ela distingue e separa. Torna sentimentos fortes e obscuros em idéias afiadas e em límpida visão acerca da vida. Assim fazendo, Alice encontra sua identidade e a filosofia de sua existência.Com esta espada Alice luta contra o monstro. A face feia da consciência coletiva que impõe papeis e valores, que tenta moldar e julgar, diminuir e barganhar, manipular e destruir a criatividade. A luta com espada é diferente daquela com a clava, como as que Hércules fazia golpeando de todos os lados como um maluco (não é uma coincidência que ele ficou realmente louco numa ocasião). A espada representa uma luta sofisticada e consciente, baseada na inteligência e que também exige coragem e determinação.
Golpe final, “E corto tua cabeça,” diz Alice, baixando a espada no longo pescoço do monstro. A batalha está vencida. Agora ela está livre. Para que? Precisamente, livre de dizer não aos papeis tradicionais e livre para dar início à jornada de sua vida. Única, preciosa e totalmente individualizada. E aqui, a metamorfósis está completa.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Re - flexos



E se o mundo for um grande espelho?
O mundo é um grande espelho!!!!!
Tudo é uma grande ilusão...
Pensa se estar em meio a uma multidão
Mas a verdade é que se está só
Tudo é reflexo

Reflexo do eu
Eu na Maria
Eu no João
Ô Eu insuportável!!!!!!!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

IV Jornada de Arteterapia

Começa amanhã,27 de maio ,a IV Jornada Goiana de Arteterapia:"Arte, criatividade e cuidar em saúde mental" e encerra-se em 01 de junho de 2010.O local onde será realizada será a Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN-UFG) na Rua 227 Qd 68, S/N - Setor Leste Universitário - Goiânia - Goiás - Brasil - CEP: 74.605-080 -REALIZAÇÃO: Faculdade de Enfermagem (FEN) e Associação Brasil Central de Arteterapia PUBLICO ALVO: arteterapeutas, musicoterapeutas, enfermeiros, psicólogos, pedagogos, médicos, terapeutas ocupacionais, arte-educadores, artistas plásticos, músicos, fisioterapeutas, psicopedagogos, profissionais, outras área afins, tanto educadores, pesquisadores, acadêmicos e demais pessoas que queiram participar. Apresentarei um pôster sobre Oficina de Pintura em cabaças e inclusão na segunda feira no período vespertino.Participem!!!

domingo, 9 de maio de 2010

Terapia Comunitária


Em março iniciei o curso de formação em Terapia Comunitária , me identifiquei com a proposta e em breve estarei realizando uma roda de terapia comunitária .Quem puder vale a pena participar!!Em breve postarei convite.

Mas... o que é Terapia Comunitária?
A Terapia Comunitária é uma estratégia de cuidado , ajuda , atenção realizada em grupo com o objetivo de promover e proteger a saúde e a vida , prevenir e auxiliar na recuperação do sofrimento emocional , mental , relacional , social e físico .É um espaço de troca , partilha , e comunhão de vivências e experiências de vida , saberes , potenciais , capacidades , desafios , dificuldades , sofrimentos , dores , conflitos , problemas e auto –soluções.

Como originou a T.C.?

A terapia comunitária foi criada no Brasil pelo psiquiatra Adalberto Barreto, professor da Universidade Federal do Ceará. Criada inicialmente para atender a população moradora da favela do Pirambú, a maior favela de Fortaleza,é desenvolvida há 20 anos.Hoje está em prática nos muitos estados brasileiros e também no exterior , mostrando -se um excelente recurso para lidar com o sofrimento humano decorrente do estresse, da intolerância , da exclusão social , da pobreza e violência que atingem famílias e comunidades em nosso país.

Está apoiada nos seguintes princípios:

1-Pensamento sistêmico

2-Antropologia Cultural

3- Teoria daa Comunicação Humana

4-Pedagogia da Ação-Reflexão de Paulo Freire

5-Resiliência,com apoio da Abordagens Psico -Corporais-Relacionais


Nas rodas de T.C. os participantes são acompanhados pelo facilitador (terapeuta comunitário) e pelo grupo nas diversas etapas do processo:1-Acolhimento;2- Escolha do tema do dia ;3-Contextualização;4- Problematização com tdos ;5-Rituais de Agregação , Vinculação e Partilha da Aprendizagem.

Entre nesta roda!!!!
“Quando a boca cala o corpo fala, quando a boca fala o corpo sara.”