Amanheci cheia de
idéias/palavras borbulhando em meu interior,como que pedindo pra saírem.
Fiquei intrigada como essas
idéias/palavras adquirem vidas próprias e como entes autônomos ficam querendo
sair por aí...como se responsabilizassem-se
pelo que vão transpor mundo afora...
Teimosa que sou,resisti em
sentar e dar corpo a elas,mas elas não desistem, não se dão por vencidas e
ficam me atiçando, me azucrinando...
Putz!Onde nascem as palavras?
De onde elas surgem?
(Hum mm...não me dão sossego!Por favor ,dêem –me um
tempo!)
Penso que elas, as palavras,
começam a ser geradas no olhar,as coisas todas vão inundando o meu olhar ...
E os sons? É,
acho que os sons também vão me
invadindo ...
E tudo o que me chega vai
adentrando e alojando n’um cantinho qualquer do meu cérebro e junta –se a essas
coisinhas captadas , as emoções que elas me provocam...
É ... é assim que elas vão
“tomando corpo”.
Depois de um tempo elas descem para o
estômago...
Ah, você está achando
esquisito,né? Mas é para o estômago mesmo que elas vão .
E ficam ali me perturbando ...fermentando , remoendo
, queimando , me impelindo a vomitá-las...
É assim...as palavras não
cabem mais em mim.
Me rendo...
E assim , num momento de
indignação,PLOFT! Nascem.Se corporificam.
Ivone T. Cunha