"...só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo..."

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Assim contava minha mãe...


 

Há muito, muito tempo atrás, em um lugar longínquo...

 Avistava-se uma multidão...

Curiosa para saber o que estava acontecendo, fui me aproximando.

 De um olhar feito   uma lente grande angular, fui achegando e como uma teleobjetiva focando no centro da praça, tentando ampliar e enxergar qual motivo levava tal aglomeração. A multidão agitada aguardava o “espetáculo". Via-se um tribunal, uma forca e um rapaz que parecia ser o réu, pois estava acorrentado ao carrasco. Era um alvoroço total!

Na realidade, não era uma apresentação... uma pessoa sofreria a pena de morte; a lei seria cumprida.

A multidão dividia-se nas opiniões, uns eram a favor, outros contra; alguns diziam: cumpra-se a lei! “Juízes” por toda parte...

 Uma minoria achava que este sistema precisava mudar...

E em meio a esse burburinho ouviu-se o brado de que a cerimônia iria começar. Tudo em praça pública para que servisse de exemplo. Eis que ao réu foi dado a oportunidade de dizer  “uma última palavra”.

O réu então pôs -se a gritar...

Mãe, mãe, mãe ...eu sei que estás aí e está me ouvindo. Eu quero lhe dizer que, se naquele dia que cheguei em casa com uma agulha que não era minha, a senhora tivesse me corrigido, eu não estaria aqui hoje e você não estaria sofrendo essa dor!