"...só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo..."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Terapia ajuda pessoas a superarem problemas por meio da conversa e do afeto








Grupo de funcionário do Tribunal Superior do Trabalho reunidos em roda de terapia comunitária: técnica de apoio coletivo A auxiliar de serviços gerais Selma Aparecida Boas, 28 anos, sofria por não conseguir abraçar. A impossibilidade de abrir os braços e acalentar as pessoas queridas se tornou, aos poucos, uma barreira que a segregava do mundo. “Sofria muito porque acabei me afastando daqueles que mais me queriam bem. Tive uma educação rígida e não conseguia demonstrar carinho”, relata. A angústia de Selma, no entanto, ficou no passado. A terapia comunitária integrativa foi o instrumento de resgate. “Com ela, pude enxergar que não estava sozinha. Todos nós temos problemas. Às vezes, nem os percebemos ou fazemos questão de escondê-los dentro de nós. Mas eles estão lá, promovendo sofrimento. O exemplo de superação de companheiros do grupo de que participo mudou a minha história. Com eles, aprendi a abraçar”, revela a moça. Ouvir e ser ouvido, falar para tirar da alma a dor que desencadeia males físicos são alguns objetivos da terapia comunitária integrativa (TCI), método que nasceu no Departamento de Estudos Comunitários da Faculdade de Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) há 25 anos. Trata-se de uma metodologia desenvolvida pelo psiquiatra e antropólogo Adalberto Barreto. O médico percebeu que moradores da Favela de Pirambu, em Fortaleza, o procuravam na UFC para tratar males que não demandavam medicamentos. “As pessoas sofrem por serem ignoradas. Eu me dei conta de que, como psiquiatra, talvez estivesse medicalizando o sofrimento. Na universidade, não tínhamos como atender à demanda. Então, resolvi ir até a favela com os estudantes para ouvir os moradores do local”, explica o médico e professor. Uma pesquisa realizada ao longo dos 25 anos trilhados por Barreto e seus seguidores mostrou que 88% das pessoas que frequentam a TCI resolvem suas questões com a terapia. Só a minoria restante necessita de atendimento individual de psiquiatras e psicoterapeutas. Segundo o médico, a terapia não trabalha em cima das carências do ser humano, mas a partir de suas competências e virtudes. “A TCI entende que podemos amar porque fomos amados, mas também somos capazes de receber e dar amor, ainda que ele não tenha sido uma constante em nossa história”, atenta. As rodas, como são chamados os grupos de TCI, são coordenadas por terapeutas comunitários formados por um curso desenvolvido pelo próprio Barreto. Não é necessário ter formação superior, mas é fundamental ter um perfil mediador. ...
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  http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2010/12/14

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